Nas
reflexões anteriores analisamos o caminho que Israel
traçou como Saída do Egito. Foi um caminho
sob orientação de Deus.
Neste momento
eles se encontram em Pi-Hairote, defronte de Baal-Zefom.
Fisicamente,
visualmente, nenhum escravo poderia sair do Egito sem ser
visto pelos sentinelas que ficavam nas torres, colocados
em pontos estratégicos na entrada e saída
do Egito. Com estas torres, o Faraó poderia ter mensagens
no exato movimento do povo de Israel.
A questão
é que Faraó e seu povo torna-se agora apenas
elementos coadjuvante que Deus permite participar da história
de seu povo, para o seu crescimento espiritual. Israel,
como propriedade de Deus, jamais será tocado (Sabemos
que todo aquele que é nascido de Deus não
peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si
mesmo, e o maligno não lhe toca – 1 Jo 5.18)
pelo inimigo sem a permissão de Deus, como aconteceu
com Jó.
Jó ERA maior do que
todos os do oriente:
- o seu gado era de sete mil ovelhas,
- três mil camelos,
- quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas;
- eram também muitíssimos os servos a seu
serviço.
Veja como se
processa as relações entre Deus e seus filhos,
no exemplo clássico da história de Jó
1.6-12:
“E
num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante
o Senhor, veio também Satanás entre eles.
Então o Senhor disse a Satanás: Donde vens?
E Satanás respondeu ao Senhor, e disse: De rodear
a terra, e passear por ela. E disse o Senhor a Satanás:
Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém
há na terra semelhante a ele, homem íntegro
e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal. Então
respondeu Satanás ao Senhor, e disse: Porventura
teme Jó a Deus debalde? Porventura tu não
cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem?
A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado
se tem aumentado na terra. Mas estende a tua mão,
e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não
blasfema contra ti na tua face. E disse o Senhor a Satanás:
Eis que tudo quanto ele tem está na tua mão;
somente contra ele não estendas a tua mão.
E Satanás saiu da presença do Senhor.”
Israel
está em processo de crescimento espiritual. Era necessário
passar por Pi-Hairote, defronte de Baal-Zefom. Era necessário
entrar em CRISE para entenderem onde estava posto sua FÉ.
Era necessário serem tentados.
Em Tiago 1.12-15,
fica claro que quem tenta é o inimigo, com a permissão
de Deus. E, essa tentação é um confronto
que se realiza na mente, pelas concupiscências, pelos
desejos. A consolidação da FÉ é
uma fase que o cristão não pode contornar.
“Bem-aventurado
o homem que sofre a tentação; porque, quando
for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor
tem prometido aos que o amam. Ninguém, sendo tentado,
diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser
tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um
é tentado, quando atraído e engodado pela
sua própria concupiscência. Depois, havendo
a concupiscência concebido, dá à luz
o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.”
A concupiscência
é cobiça de bens materiais, ou anelo de prazeres
sensuais. Para filosofia, no agostinismo, é luxúria
carnal, desejo libidinoso; no tomismo medieval, desejo de
prazer gerado por uma realidade física, material.
Já para teologia, aspiração humana
de bens naturais ou sobrenaturais; movimento de amor em
direção a Deus e aos homens; cobiça
natural do homem pelos bens terrenos, conseqüência
do pecado original e que produz desordem dos sentidos e
da razão desordem dos sentidos e da razão.
De
qualquer forma, os conceitos sobre a concupiscência
leva-nos a crer que esta batalha é simbólica,
psíquica, travada no nosso interior. A luta é
entre a nossa estrutura de FÉ e as ameaças,
as setas do maligno, originadas do exterior. Elas procedem
do exterior para o interior. São
conflitos psíquicos.
Israel
estava diante de uma ameaça física, mas não
real. Passou a ser simbólica no momento que Israel
foi transferido do mundo físico para o mundo espritual:
espírito vivente (1Co 15:45 - Assim está também
escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma
vivente; o último Adão em espírito
vivificante).
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